O analista do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Manoel Tenório,
falou ao portal G1 sobre o terremoto que atingiu o Nepal no último dia
25. Ele estava desaparecido depois do abalo, mas chegou a Ilhéus neste
sábado (2). "Fiquei assistindo gente morrer. Tudo está destruído. O
patrimônio histórico de Katmandu foi devastado. Não vi pá, os caras
tiravam as pedras com a mão. Vi até macas de bambu", contou Manoel. O
servidor de 52 anos viajava de ônibus entre Lumbini e Katmandu. "Por
volta de 12h, quando entramos na cidade de Narayamgham, paramos em um
ponto de apoio para ônibus, não chega a ser uma rodoviária. Descemos
para que todos pudessem almoçar. A maior parte era nepalês - de
estrangeiros, só tinham eu e um [norte] americano. Não almocei, fui em
uma lanchonete e pedi um lanche. Sentei do lado de fora, na varanda, e
quando abri o refrigerante senti uma pressão que vinha de baixo para
cima e, como já tinha vivenciado um terremoto no Chile, a ficha caiu
logo e eu comecei a correr. Voltei para o local onde o ônibus estava
estacionado. As pessoas começaram a correr também, gritar e caíram no
chão", relatou. "Minha mãe até hoje não sabe o que eu passei. Disse
apenas que fui pra Índia, mas, como ela é idosa, tem 85 anos, todos
ficaram com medo de contar, inclusive eu. Eu estou rouco, peguei muita
poeira, mas estou feliz por ter voltado para casa", revelou Manoel.
Baiano sobrevivente no Nepal fala sobre terremoto: 'Assisti gente morrer'
segunda-feira, 4 de maio de 2015
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