O PSDB apresentará na semana após a Páscoa seu plano de medidas centrais
para a reforma política, afirmou nesta sexta-feira (27) o presidente
nacional do partido, senador Aécio Neves (MG). Em uma palestra em Lima,
no Peru, Aécio disse acreditar que as mudanças no sistema sejam
aprovadas "dentro de 2 ou 3 meses". O pacote tucano terá cinco eixos:
fim da reeleição e mandato de cinco anos; voto distrital misto; cláusula
de barreira; financiamento misto de campanha; e fim das coligações
proporcionais. "O Brasil tem uma última grande oportunidade de fazer uma
reforma política que enxugue o quadro partidário. Se não fizermos
agora, na próxima eleição teremos 40 partidos no Congresso", afirmou
Aécio. "Não há quem possa achar que isso é governável. Infelizmente, o
governo vai na contramão do bom senso e estimula a criação de novos
partidos, achando que isso enfraquece a oposição e aliados do governo,
como o PMDB." O modelo proposto pelo PSDB para extinguir a reeleição -
instituto criado na primeira gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso,
em 1997 - e criar mandatos de cinco anos manteria as regras para os
atuais detentores de cargos, com mudança gradual até que as eleições
municipais coincidam com as gerais, em 2022. O voto distrital misto é
bandeira tradicional do partido. A ideia vai contra o modelo desejado
pelo PMDB, que luta pelo voto majoritário, apelidado de "distritão", e a
ideia do PT, que prefere o voto só na legenda, em lista fechada. Com o
distrital misto, metade do Legislativo seria eleito em votação
majoritária em distritos eleitorais, e a outra metade seria composta por
votação em lista partidária.
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