Pelo menos duas pessoas morreram neste sábado (28) em ataques a seções
de votação no Nordeste da Nigéria, atribuídos ao grupo radical islâmico
Boko Haram, de acordo com residentes e um funcionário eleitoral. Os
ataques ocorreram nas aldeias de Birin Bolawa e Birin Fulani. As duas
localidades ficam no distrito de Nafada, no estado de Gombe, que tem
sido repetidamente atacado pelos islamitas radicais. Homens armados
mascarados chegaram a Birin Bolawa em um carro pick-up por volta das
8h30 locais (5h30 em Brasília), pouco depois do início do credenciamento
dos eleitores. Um eleitor foi morto a tiro e outros fugiram em pânico. O
segundo ataque, em Birin Fulani, ocorreu por volta das 9h15 locais
(6h15 em Brasília). “Mal as pessoas viram os militantes, começaram a
fugir, mas os homens armados abriram fogo à mesa de votação, matando um
homem”, contou um morador. Segundo ele, a população não teria ido votar
se soubesse do primeiro ataque. De acordo com o morador, os homens
armados queimaram os materiais ligados à eleição. “Acreditamos que são
do Boko Haram, que avisaram as pessoas para que não participassem da
eleição”, disse. Em mensagem em vídeo divulgada no mês passado, o líder
do Boko Haram, Abubakar Shekau, disse que os militantes perturbariam as
eleições, que consideram anti-islâmica. “Esta eleição não vai ocorrer,
mesmo que estejamos mortos. Mesmo que não estejamos vivos, Alá não vai
permitir que a realizem”, disse na ocasião. Cerca de 68,8 milhões de
nigerianos elegerão hoje o novo presidente e o Parlamento, em um
ambiente de tensão devido ao risco de violência política e à ameaça de
atentados islamitas. Ao todo, 14 candidatos disputam a eleição para
presidente, entre os quais se encontra pela primeira vez uma mulher. A
disputa está acirrada entre o atual presidente, Goodluck Jonathan, e o
ex-general Muhammadu Buhari, que comandou a Nigéria à frente de uma
junta militar de 1983 a 1985.
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