A notícia de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começará a despachar os pedidos de impeachment contra
a presidente Dilma Rousseff foi recebida com cautela por integrantes da
bancada baiana na Casa. O Bahia Notícias ouviu dois componentes da
bancada de governo e dois da oposição. De acordo com a deputado Alice
Portugal (PCdoB), Cunha tem agido na “antessala do golpismo” com os
despachos. “O governo passa por um momento difícil, mas é assim no mundo
todo e tem a crise política que complica a situação. A oposição não tem
maioria simples para aprovar o impeachment”, afirmou, nesta
segunda-feira (28). A deputada afirmou ainda que a “decisão” final
ficará na mão do PMDB, partido que faz parte da base de apoio ao governo
da presidente Dilma, mas está em vias de ingressar na oposição. “Está
tudo muito na mão do PMDB. Mas, agora eles estão em um processo de
assumir ministérios. Espero que dê resultado”, indicou, ao afirmar que
espera pelo enfraquecimento da proposta de impeachment. Único deputado
federal pelo PMDB da Bahia e abertamente contra os governos do PT, Lúcio
Vieira Lima não acredita que distribuição de “empreguinhos” vá
dissuadir os parlamentares do PMDB da proposta de derrubar a presidente
do Brasil. “Na minha ótima, nem esses ministérios salvam. No final das
contas, os deputados vão colocar na balança e ver que o que mais vale é a
opinião pública. Ela vale mais do que 'empreguinhos’”, analisou. Na
concepção do peemedebista, 33 dos 66 deputados no partido da Casa já
corroboram com a tese do impeachment. “O PMDB não precisa ir formalmente
para a oposição”, especulou. Félix Mendonça Jr. (PDT) normalizou o rito
dos despachos. “Despachar é o praxe”, afirmou. Ainda de acordo com o
parlamentar, é preciso observar se os pedidos têm “embasamento legal”.
Apesar de ser deputado da base, Mendonça ainda não sabe se adere ou não
impeachment. “Não tenho opinião formada ainda. Tenho que me basear no
que vai aparecer lá. Não posso ser contra se tiver embasamento, nem a
favor sem ter um fato real. A gente tem que analisar”, afirmou. O
pedetista disse que “concorda em parte” com a teoria de que o PMDB pode
decidir o futuro de Dilma. “É um partido grande, juntando com a oposição
e abrindo o processo, fica difícil”, apontou. Para Cláudio Cajado
(DEM), também depende do PMDB a aprovação do requerimento ou não. Para o
parlamentar, o impeachment “não é uma vontade". "São as coisas que de
apresentam. Os pedidos são acalcados nas pedaladas e na gestão”,
justificou.
Deputados baianos avaliam que PMDB será decisivo para início de impeachment de Dilma
terça-feira, 29 de setembro de 2015
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