O empresário Augusto Mendonça, da empresa japonesa Toyo Setal, delator
na Operação Lava Jato, disse nesta quinta-feira (23) que as empreiteiras
suspeitas de pagar propina para a Petrobras participavam do esquema
porque os ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa e Renato Duque
tinham "poder de atrapalhar" os negócios. "Os diretores não tinham
autonomia para aprovar aditivos aos contratos. O poder de um diretor de
atrapalhar é enorme, de ajudar é menor. Na minha opinião, eles vendiam
mais dificuldade. As companhias participavam muito mais por medo que por
vantagem", declarou Mendonça em depoimento à Comissão Parlamentar de
Inquérito da Petrobras na Câmara dos Deputados. O executivo reafirmou
que pagou propina aos ex-diretores de Serviços e Abastecimento e que
existia um cartel de empresas que pagavam comissão para participar de
licitações. Mendonça também declarou que os pagamentos de propina eram
feitos ao doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na
operação Lava Jato. Ele assumiu que fez doações legais ao PT a pedido de
Duque. Segundo Mendonça, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, nunca o
fez uma ameaça formal, mas era "evidente" que, se ele não fizesse a
contribuição ao partido, os negócios com a Petrobras seriam
dificultados.
Lava Jato: Delator diz que firmas entravam em esquema por medo de diretores da Petrobras
sexta-feira, 24 de abril de 2015
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