Reportagem da revista Veja deste fim de semana afirma que o engenheiro
Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, tem cogitado fazer
delação premiada na Operação Lava Jato e pode implicar o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, de quem seria amigo pessoal. Segundo a
revista, Pinheiro, de 63 anos, que está preso desde novembro, tem
passado os dias na cadeia montando a estrutura do que poderia ser seu
depoimento no acordo para tentar livrá-lo da carceragem. A publicação
aponta três fatos que poderiam fazer parte da eventual delação de
Pinheiro. O primeiro seria um pedido de Lula feito em 2010 para que o
ex-presidente da OAS providenciasse a reforma do sítio Santa Barbara, em
Atibaia (SP). A reportagem sustenta que o sítio é identificado por
políticos e amigos como sendo do ex-presidente, embora no cartório da
cidade esteja registrada oficialmente por R$ 1,5 milhão em nome de Jonas
Suassuna e Fernando Bittar, ambos sócios de Fábio Luís da Silva, o
Lulinha, filho do ex-presidente. Léo Pinheiro, segundo Veja, fez um
segundo "favor" a Lula no ramo imobiliário. O empreiteiro conta que, a
pedido do ex-presidente, incorporou prédios inacabados da Cooperativa
dos Bancários (Bancoop), uma entidade ligada ao PT. A OAS concluiu no
início do ano a construção do Edifício Solaris, da Bancoop, prédio na
praia do Guarujá (SP). O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também
preso na Lava Jato, e Lula têm apartamentos no empreendimento. O
terceiro ponto seria uma suposta ajuda de Pinheiro a Rosemary Noronha,
ex-chefe do escritório da Presidência da República e amiga de Lula.
Rosemary deixou o cargo em 2012 após uma investigação da Polícia Federal
tê-la identificado como integrante de um grupo que venderia facilidades
ao governo. A revista diz que Lula pediu a Pinheiro que ajudasse o
marido de Rosemary, João Batista, um pequeno empresário da construção
civil. Depois, de acordo com a reportagem, João Batista conseguiu um bom
emprego. A revista não traz garantia de que Léo Pinheiro vai
efetivamente fazer a delação premiada. Em edição de 21 de fevereiro, a
publicação informou sobre a possibilidade de delação premiada do
engenheiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. Dois meses depois, o executivo
ainda não fez o depoimento. As informações são do jornal O Estado de
S.Paulo.
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