terça-feira, 13 de maio de 2014
Fotos: Elias Dantas / Ag. Haack / Bahia Notícias
Estrela
principal de um encontro partidário que reuniu na noite desta
segunda-feira (12) dez legendas da base aliada do governo Wagner, o
ex-presidente Lula fez o que dele se esperava: defendeu aliados e mais
uma vez atacou as “elites”, que teriam “ódio” dos governos do PT. “A
Dilma não é um retirante nordestino, contra quem poderiam ter
preconceito. Por que tanto ódio? [...] Eles não gostam de nós porque
demos ao povo pobre o direito de andar de cabeça erguida”, discursou
Lula, no Hotel Fiesta, no bairro do Itaigara, em Salvador. Último a
falar durante o ato político – que marcou o apoio do PDT à candidatura
do deputado federal petista Rui Costa ao governo da Bahia – Lula foi
elogiado por todos os presentes. “O maior presidente da história da
República brasileira”, disse o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT).
Vice na chapa de Rui, o parlamentar João Leão (PP) foi além e
classificou o ex-mandatário como “o maior presidente que o mundo já
teve” – palavras atribuídas pelo pepista a um interlocutor italiano.
Presidente do PDT, Carlos Lupi não se fez de rogado e definiu Lula como
um “homem que carrega a história de libertação de um povo”. Durante seu
discurso, o líder petista se colocou na mesma linhagem de Getúlio
Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. “Acabei de ler a biografia
do Getúlio Vargas. Gostaria que as pessoas soubessem como foram tratados
aqueles que tiveram coragem de fazer algo pelo povo pobre”, afirmou.
Bastante assediado, Lula manteve o discurso de “pai dos pobres” e
lançou provocações aos adversários da presidente Dilma Rousseff: o
tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos. “Quem cuida dos pobres
em Minas Gerais? Em Pernambuco? É o governo federal”, disse. De acordo
com o ex-presidente, “cuidar de pobre é a coisa mais barata que existe”.
“Cuidar de rico é que é caro. Os bichos entram no gabinete pedindo R$ 1
bilhão. O pobre quer R$ 10 para comprar o pão no outro dia”, completou.
Sobre a polêmica compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, Lula
comparou o caso ao seu casamento. “Pasadena era um bom negócio na época
da compra. Quando eu me casei com a Marisa, foi um bom negócio. Se eu
tivesse me separado depois, teria sido um mau negócio”, declarou. O
petista defendeu ainda a sua sucessora, ao comentar as comparações
feitas entre os diferentes estilos e temperamentos da dupla. “As pessoas
falam que ‘ela não ri como você’. O importante não é ela ficar rindo.
Mulher é outra coisa. É a mulher que puxa a orelha do marido”, pontuou.
Apesar disso, quem não acompanha o noticiário político com maior
frequência poderia, a julgar pela receptividade e desempenho da
celebração, que era Lula o candidato do PT à Presidência. Para piorar, o
mestre de cerimônias se atrapalhou e, instantes antes de tocarem o
“Lula-lá”, gritou: “É Rui aqui, e Lula lá”. Depois de receber de Wagner
um tabefe de leve na cabeça, se corrigiu: “É Rui aqui, e Dilma lá”.
Compartilhe !
Comentários