O homem acusado de atear fogo e matar
o empresário Manoel Carlos Santana, 61 anos, se apresentou e confessou o
homicídio à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (22). No entanto,
Gerônimo Navarro da Silva Filho, 29 anos, não pode ser preso até a
próxima terça-feira (28), por conta da Lei Eleitoral que impede prisões
preventivas ou temporadas na época das eleições.
De acordo com o
delegado João Uzzum, da delegacia de homicídios de Feira de Santana,
Gerônimo se apresentou com dois advogados e foi interrogado por cerca de
duas horas. O criminoso explicou que algemou as mãos e as pernas de
Manoel antes de jogar álcool e atear fogo na vítima no último domingo
(19). O empresário ainda conseguiu se levantar e pedir socorro na rua. Testemunhas filmaram o momento em que o fogo era apagado do corpo.
O acusado também explicou que cometeu o
crime por vingança. Ele morava com a mãe em uma casa no bairro de Feira
IX, mas uma decisão judicial o obrigou a deixar o local. "O imóvel foi
comprado há cerca de 20 anos pela companheira de Manoel, Vera Lúcia
Falcão Paim, e não poderia ser vendido, mas desde então várias pessoas
passaram por ele através de contratos particulares de venda e compra",
explica Uzzum.
Gerônimo e a mãe dele moravam na casa da
companheira de Manoel desde 2006, mas uma empresa no nome de Vera Lúcia
veio à falência e em decorrência de dívidas trabalhistas o imóvel foi
leiloado há cerca de um mês. "Em 2013 souberam que a casa estava em
processo de penhora e ainda tentaram evitar isso, mas não conseguiram",
disse o delegado de Feira de Santana.
Em uma tentativa de se vingar de Vera
Lúcia, Gerônimo foi ao comércio de Manoel com as algemas de plástico e o
álcool, mas como não encontrou a mulher ele cometeu o crime contra o
empresário. Em depoimento, o criminoso disse que foi o único
participante do crime, mas a Polícia Civil analisou câmeras de segurança
de locais próximos e confirma que uma segunda pessoa estava envolvida.
Prisão
Após prestar depoimento, Gerônimo foi
liberado da delegacia. Ele não podia ser preso por força da Lei
Eleitoral que permite apenas prisões em flagrante no período entre esta
terça-feira (21) até 48h depois do processo eleitoral, que acontece no
domingo (26).
A partir da próxima quarta-feira (29), o delegado
João Uzzum aguarda que um mandado de prisão preventiva seja emitido para
que a Polícia Civil faça a prisão. Até lá, a polícia não pode monitorar
a localização de Gerônimo. Correio da Bahia - Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
Comentários