Foto: Reprodução / G1
O delator Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-executivo da Odebrecht, voltou atrás em suas declarações e afirmou que não foi coagido a construir um relato que incriminava Lula no processo do sítio de Atibaia.
Num depoimento entregue ao juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública em SP, na sexta (9), ele diz que a colaboração em que falava do petista foi feita de maneira livre e espontânea. E que, ao dizer que foi "coagido", se expressou de maneira inadequada.
Em julho, numa audiência na 3ª Vara em que foi ouvido como testemunha, ele afirmou: "No caso do sítio, que eu não tenho absolutamente nada, por exemplo, fui quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido [nas reformas do imóvel frequentado por Lula]. E eu, na verdade, lá no caso, identifiquei o engenheiro para fazer a obra do sítio. Tive que construir um relato".
No depoimento em que se corrige, ele diz: "Quanto à expressão 'quase coagido' e minha colaboração envolvendo o ex-presidente Lula no sítio de Atibaia, reafirmo, como o fiz em meu interrogatório naquela ação penal, que referida colaboração foi feita de maneira livre e espontânea. Admito que não me expressei de maneira adequada em meu depoimento como testemunha no dia 3 de julho de 2019, em São Paulo".
"Com relação à expressão 'construir um relato', esclareço que nada tem a ver com 'inventar um relato'.
Paschoal relata em detalhes como foi a colaboração dele no caso do sítio.
"O que ocorreu, de fato, é que, durante o início da negociação das colaborações, na minha percepção de engenheiro, minha participação nesse assunto teria sido tão irrelevante que não justificaria um relato. Entretanto, fui orientado pelo meu advogado, e concordei, a prudizir um relato sobre o caso do sítio de Atibaia pois me convenci que era um assunto relevante mesmo que a minha participação e conhecimento fossem mínimos e pudessem não ter importância criminal. Esse é o mais curto e conciso de todos os meus relatos, porque realmente meu envolvimento nos fatos relacionados ao sítio foi pontual: basicamente tendi um pedido de um diretor da holding, Alexandrino Alencar, e transmiti referido pedido a um diretor de contrato por mim escolhido, Emir Costa".
Ele afirma que, quando começou a fazer colaboração premiada, em 2016, seus primeiros relatos "estavam muito ruins, porque eu não sabia como fazê-los".
Depois de conversar com procuradores da força-tarefa, "entendi o nível de aprofundamento necessário. Dessa forma, a FT contribuiu para meu processo de compreensão e de pesquisa na elaboração dos relatos, pois foi a partir dessa reunião que entendi que para ser aceito como colaborador precisaria dar informações mais detalhadas, consistentes, coerentes e abrangentes, além de buscar documentos que corroborassem o que eu tinha a dizer".
Na semana passada, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que revê condenações de primeira instância, anexou o primeiro depoimento e Carlos Armando no processo do sítio de Atibaia.
Num depoimento entregue ao juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública em SP, na sexta (9), ele diz que a colaboração em que falava do petista foi feita de maneira livre e espontânea. E que, ao dizer que foi "coagido", se expressou de maneira inadequada.
Em julho, numa audiência na 3ª Vara em que foi ouvido como testemunha, ele afirmou: "No caso do sítio, que eu não tenho absolutamente nada, por exemplo, fui quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido [nas reformas do imóvel frequentado por Lula]. E eu, na verdade, lá no caso, identifiquei o engenheiro para fazer a obra do sítio. Tive que construir um relato".
No depoimento em que se corrige, ele diz: "Quanto à expressão 'quase coagido' e minha colaboração envolvendo o ex-presidente Lula no sítio de Atibaia, reafirmo, como o fiz em meu interrogatório naquela ação penal, que referida colaboração foi feita de maneira livre e espontânea. Admito que não me expressei de maneira adequada em meu depoimento como testemunha no dia 3 de julho de 2019, em São Paulo".
"Com relação à expressão 'construir um relato', esclareço que nada tem a ver com 'inventar um relato'.
Paschoal relata em detalhes como foi a colaboração dele no caso do sítio.
"O que ocorreu, de fato, é que, durante o início da negociação das colaborações, na minha percepção de engenheiro, minha participação nesse assunto teria sido tão irrelevante que não justificaria um relato. Entretanto, fui orientado pelo meu advogado, e concordei, a prudizir um relato sobre o caso do sítio de Atibaia pois me convenci que era um assunto relevante mesmo que a minha participação e conhecimento fossem mínimos e pudessem não ter importância criminal. Esse é o mais curto e conciso de todos os meus relatos, porque realmente meu envolvimento nos fatos relacionados ao sítio foi pontual: basicamente tendi um pedido de um diretor da holding, Alexandrino Alencar, e transmiti referido pedido a um diretor de contrato por mim escolhido, Emir Costa".
Ele afirma que, quando começou a fazer colaboração premiada, em 2016, seus primeiros relatos "estavam muito ruins, porque eu não sabia como fazê-los".
Depois de conversar com procuradores da força-tarefa, "entendi o nível de aprofundamento necessário. Dessa forma, a FT contribuiu para meu processo de compreensão e de pesquisa na elaboração dos relatos, pois foi a partir dessa reunião que entendi que para ser aceito como colaborador precisaria dar informações mais detalhadas, consistentes, coerentes e abrangentes, além de buscar documentos que corroborassem o que eu tinha a dizer".
Na semana passada, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que revê condenações de primeira instância, anexou o primeiro depoimento e Carlos Armando no processo do sítio de Atibaia.
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