Nas
leis dos ‘justiceiros’, não existe tempo para arrependimento, muito
menos uma segunda chance. Quem vacila é ‘julgado’ e ‘condenado’ a uma
pena que pode custar até mesmo a própria vida. Foi o que aconteceu com o
ajudante de pedreiro José Santos Sobrinho, 46 anos, na noite de
terça-feira, 22, quando foi acusado de estuprar as duas enteadas, uma
criança de 11 anos e uma jovem de 18.
José foi amarrado a um poste de energia
elétrica da Praça Barro Duro, no Jardim Campo Verde – bairro às margens
da BA 526 – próximo à Ceasa de Simões Filho -, e brutalmente espancado
por um grupo de moradores do local. Ele morreu na manhã desta
quarta-feira, 23, no Hospital Geral Menandro de Faria, em Lauro de
Freitas (Grande Salvador), após dar entrada na unidade pela segunda vez.
Isso porque, logo depois das agressões, o
ajudante de pedreiro foi encaminhado ao hospital por policiais
militares da 49ª CIPM (São Cristóvão), onde foi medicado e liberado para
ser conduzido à 12ª DT (Itapuã) para o registro do caso.
Contudo, segundo a delegada Marialda
Souza dos Santos, titular em exercício da 12ª DT, passou mal antes mesmo
de ser retirado da viatura da PM. “Ele não chegou nem a descer da
viatura. Quando os policiais viram, ele estava convulsionando. Aí o
levaram de volta ao hospital”, contou a delegada. Diante desta situação,
a princípio, o fato foi registrado na Central de Flagrantes, na Avenida
ACM.
Confidência
Na tarde desta quarta, a garota de 11
anos e a mãe conversaram com a delegada Marialda Souza. A mais velha foi
ouvida na terça-feira, na Central de Flagrantes, conforme o delegado
Roberto César Nunes. A professora delas, a pessoa a qual a jovem
confidenciou os abusos sofridos por ela e pela irmã, também prestou
esclarecimentos na terça-feira, 22.
De acordo com a delegada, embora o
suspeito tenha morrido, ela vai ouvir outra vez a jovem e a professora.
“Neste caso [estupro], o processo se extingue pela morte do autor. Mas
vamos continuar apurando o espancamento”, disse Marialda.
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