Uma pesquisa realizada recentemente pelo Programa de Estudos em
Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP traçou um panorama das práticas
e dos tabus dos relacionamentos sexuais no país e os impactos destes
nas relações interpessoais, afetivas e sociais. Um dos itens da pesquisa
que chamou atenção foi o questionamento do que é qualidade de vida.
Enquanto a Organização Mundial da Saúde considera o sexo como um dos
quatro pilares da qualidade de vida. No Brasil, para os homens, em
primeiro lugar está se alimentar, seguido de tempo para conviver com a
família e em terceiro lugar está a prática do sexo, na frente de dormir
bem, trabalhar no que se gosta e cuidados com a saúde. Já para as
mulheres, o sexo vem em 8º lugar, perdendo na preferência feminina
somente para a prática de exercícios físicos e sair de férias em
família. De acordo coma médica psiquiatra e pesquisadora Carmita Abdo,
esse quadro está relacionado à forma como as mulheres foram
condicionadas a manterem distância psíquica dos seus corpos. Esse é um
traço cultural, uma influência ambiental que acaba sendo transmitida por
gerações através da epigenética. “Para a gente mudar isso, teremos de
viver novos tempos e novas influências, para que as mulheres passem a
ter um contato melhor com seus corpos. A mulher precisa se apropriar do
seu corpo e também entrar em contato com as sensações físicas na mesma
medida que os homens entram”, aconselha a especialista.
Pesquisa aponta que no Brasil, o sexo é mais valorizado pelos homens do que pelas mulheres
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
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