O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), admitiu que a presidente Dilma Rousseff poderia ser
investigada durante exercício do mandato se existissem indícios para
abrir a apuração, ao contrário do que entende o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. A observação consta em decisão desta
sexta-feira (15), em que o ministro rejeitou pedido do PPS para levar a
discussão sobre a investigação da presidente ao plenário da Corte. Ao
enviar inquéritos que investigam políticos por suposto envolvimento na
Lava Jato ao STF, no início de março, Janot descartou investigar a
presidente sob alegação de que os fatos narrados com relação a Dilma
pelos delatores são anteriores ao mandato. O procurador-geral sustenta
que a Constituição veda que o chefe do Executivo seja investigado,
durante o mandato, por ato sem relação com exercício do cargo. Na
decisão desta sexta-feira, no entanto, Zavaskci afirmou que a cláusula
de exclusão de responsabilidade do presidente "não inviabiliza, se for o
caso, a instauração de procedimento meramente investigatório". Para o
ministro do Supremo, é possível realizar a investigação, o que não se
confunde com a responsabilização da presidente durante o mandato. Para
fundamentar o entendimento de que presidentes da República podem ser
investigados, Zavascki faz referência à decisão do decano da Corte,
ministro Celso de Mello, tomada em inquérito que investigou o
ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL). O ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa mencionou em delação premiada que, no ano
de 2010, recebeu uma solicitação por meio do doleiro Alberto Youssef
para que fossem liberados R$ 2 milhões para a campanha presidencial de
Dilma Rousseff. Em março, Zavascki encaminhou, a pedido de Janot,
solicitação para a Justiça Federal do Paraná investigar o ex-ministro
Antonio Palocci, citado no mesmo depoimento como o responsável por
solicitar os valores. Zavascki menciona que o fato denunciado na delação
"sobre suposto pagamento ilegítimo à campanha presidencial, já está
sendo investigado em procedimento próprio", em referência ao caso de
Palocci.
Dilma poderia ser investigada na Lava Jato se houvesse indícios, diz Teori
sábado, 16 de maio de 2015
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