Ricardo Feltrin, colunista de TV do UOL,
diz que a noite de ontem foi de “terremoto” na Globo, pelo fato de o
Jornal Nacional ter caído a uma das mais baixas audiências de sua
história, registrando 20 pontos em São Paulo. Apenas o dobro da versão
da novela “Chiquititas” ou do telejornal da Record.
Foram 20 pontos, para um telejornal que – registra Feltin – tinha
quase 36 pontos no Ibope há dez anos e quase o dobro nos anos 70.
Claro que estes “recordes negativos” guardam relação com a explicação
de sempre: o baixo desempenho das novelas que cercam o noticiário.
Mas representa, também, o contínuo declínio não apenas da Globo, mas
da TV como meio de informação, que não apenas perdeu a hegemonia com a
popularização da internet como, a esta altura, caminha para perder
também a liderança como principal fonte de informação para os
brasileiros.
E é aí que se encontra a principal explicação para a fúria com que se
investe contra os blogs desvinculados das grandes empresas de
comunicação.
Engana-se quem acha que isso se deve a uma inexistente “disputa por verbas publicitárias do governo”.
O objetivo é sinalizar que qualquer iniciativa publicitária privada
nestes veículos é “acumpliciamento” do anunciante com a “maldita
esquerda”.
O leitor do Tijolaço, é claro, toma cerveja, usa creme dental ou compra sabão em pó tanto quanto qualquer outra pessoa.
Mas não interessa aos anunciantes brasileiros e só consegue
publicidade pelas formas abertas com que empresas estrangeiras a fazem, a
começar pelo Google, embora outros grupos estejam entrando neste
segmento de mercado..
E o fazem com pagamentos muito menores que a veiculação tradicional
de publicidade – sem que isso a torne igualmente barata para o
anunciante – e pelo controle das métricas de audiência e, sobretudo, dos
“cliques” sobre os anúncios, que é o que mais define o valor a ser
pago.
Não pensem que o “vende mais porque é mais fresquinho ou é mais
fresquinho porque vende mais” das relações Globo-Ibope não se reproduz
nos meios eletrônicos.
Só que a realidade é um bicho teimoso e acaba se impondo.
O partido único da mídia, tal como “a voz do dono” do Jornal
Nacional, apesar de todo o imenso poder de que ainda dispõe, é um
dinossauro.
E não é culpa da mocinha Mili.
Jornal Nacional, diz o UOL, vê sua audiência “se derreter”. Dá duas “Chiquititas”
quarta-feira, 25 de março de 2015
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