terça-feira, 17 de junho de 2014
O
Ministério Público Federal (MPF) suspeita que as obras da Petrobras na
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, tenham sido alvo
do mesmo esquema investigado na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Relatório de procuradores que atuam no Estado diz que recursos de
contratos superfaturados na unidade de refino paranaense podem ter
abastecido empresas ligadas ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa
e ao doleiro Alberto Youssef. Conforme o documento, concluído em maio,
há "conexão entre os desvios" na refinaria pernambucana, um dos focos da
Operação Lava Jato, e supostas irregularidades em contratos para
modernizar a Repar. A Petrobras contratou para as obras no Paraná cinco
consórcios de empreiteiras por R$ 7,5 bilhões. Laudo da Polícia Federal,
feito em abril, diz que as planilhas dos contratos têm sobrepreço de R$
1,4 bilhão. Os procuradores sustentam que parte do dinheiro pago às
construtoras na Repar pode ter sido repassado a empresas suspeitas de
integrar o esquema, como teria ocorrido em Abreu e Lima. Além disso, uma
planilha apreendida na Operação Lava Jato sugere que o ex-diretor da
Petrobras negociou doações eleitorais com empreiteiras, entre elas três
contratadas para as obras no Paraná (UTC/Constran, Mendes Júnior e Toyo
Setal). Ao quebrar o sigilo da MO Consultoria, empresa de fachada que
pertenceria a Youssef, os investigadores encontraram depósito de R$ 617
mil feito pela construtora OAS. A empresa, a Odebrecht e a UTC integram o
Consórcio Conpar, que tem um dos contratos na Repar. Segundo a PF,
nessa fatia das obras o superfaturamento seria de cerca de R$ 132
milhões. O relatório do Ministério Público Federal aponta ainda um
repasse de R$ 3,6 milhões "da Repar à Sanko-Sider", empresa citada na
Lava Jato como peça do esquema de desvios da Petrobras para a MO
Consultoria. A informação consta de uma planilha apreendida pela PF.
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