Em reunião com empresários nesta segunda-feira (27) em São Paulo, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rompeu recentemente
com o governo, afirmou que a maioria de seu partido é hoje favorável a
um rompimento da aliança com o governo. O deputado lembrou que, na
convenção peemedebista do ano passado, 41% dos delegados votaram contra a
aliança que alçou Michel Temer a vice na chapa de Dilma Rousseff. "A
maioria no partido hoje tem opinião contrária à aliança", disse Cunha,
que lembrou ainda que ele próprio votou a favor da aliança em 2014. Ao
falar sobre o cenário político, o peemedebista reforçou os ataques
contra o PT e o governo. "A impopularidade do PT consegue ser maior do
que a da própria presidente", afirmou. Cunha voltou a defender a redução
de ministérios dizendo que isso teria um simbolismo de que "o esforço
da crise está sendo compartilhado". O peemedebista voltou a negar que,
com sua atuação, esteja perseguindo uma candidatura a presidente. "Sou
candidato a cumprir meu papel com correção", disse. O presidente da
Câmara afirmou ainda que não tentou convencer companheiros de partido a
também romperem com o governo. "Não telefonei a um integrante do partido
pedindo que me acompanhasse no rompimento", garantiu. Cunha disse,
também, que sua posição sobre a abertura de impeachment da presidente
Dilma Rousseff "não mudou uma vírgula" e que todos os pedidos serão
analisados de maneira técnica. "Impeachment não pode ser tratado como
recurso eleitoral. Recurso eleitoral porque você não se satisfez não é a
melhor maneira", defendeu o peemedebista. O presidente da Câmara
afirmou que o impeachment é "um processo complexo" e que tem de haver
base para um pedido. Cunha disse que pediu que fosse feito um saneamento
de premissas nos requerimentos recebidos. "Os que sanearem serão
analisados sob a ótica jurídica. Os que tiverem fundamento terão
acolhimento", afirmou. Cunha deu explicações sobre o processo de
julgamento das contas do governo Dilma Rousseff pelo Tribunal de Contas
da União (TCU) e lembrou que o órgão foi criado para assessorar o Poder
Legislativo. Segundo ele, o Congresso dará a palavra final sobre o
parecer que será dado pelo Tribunal. O presidente da Câmara reforçou que
estava fazendo a explicação para que as pessoas "não se decepcionassem"
com a tramitação do processo das contas no Legislativo. "As pessoas
estão criando expectativa como se TCU condenasse o governo, não é isso. É
um parecer. A palavra é do Congresso", disse o peemedebista.
Maioria do PMDB tem opinião contrária à aliança com o governo, diz Cunha
terça-feira, 28 de julho de 2015
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