O
alemão Wolfgang Schuler, de 66 anos, que atuava como falso cardeal,
será deportado para seu país de origem, segundo informações da Polícia
Federal divulgadas nesta sexta-feira (21). O homem está preso na sede da
PF, na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo. A deportação para a Alemanha
vai ocorrer no prazo de até 15 dias.
Em 2007, o falsário Wolfgang apareceu
circulando pelas ruas de Jacobina vestindo a mesma túnica e usando
idêntica estola do momento em que foi preso na capital paulista. Naquele
ano, o falso padre se apresentou à Paróquia da Jacobina como
missionário do clero romano e pedindo ajuda financeira para se manter em
sua missão religiosa na região. Desconfiado, o então pároco da Paroquia
de São José Operário, Padre José Henemberger resolveu se certificar
entrando em contato com as autoridades eclesiásticas da capital do
estado, descobrindo que se tratava de golpe, pois não existia nos
arquivos da arquidiocese baiana nenhum padre com aquela denominação em
atuação no Estado e, sobretudo, em missão religiosa.
O pároco José Henemberger resolveu então
prestar queixa contra o golpista na 16ª Coorpin de Jacobina, o que não
impediu o falso religioso de continuar circulando pela região e se
apresentando como Franz, Joseph e Mário. Localizado naquele mesmo ano
pelo radialista Maurício Dias, e questionado sobre a denúncia de
falsidade ideológica e charlatanismo feita pela paróquia, o alemão disse
ao repórter que "estava a serviço do Vaticano em missão secreta para
investigar supostos padres pedófilos na região".
Irritado com os depoimentos criminosos
do tal padre Franz, o responsável paroquiano ligou para a emissora de
rádio denunciando-o publicamente ao vivo durante programa jornalístico
apresentado pelo radialista Maurício Dias, despertando grande polêmica
na cidade sobre o assunto. A partir daí, a polícia foi mais uma vez
acionada e o golpista detido no Complexo Policial.
Na delegacia local, o alemão repetiu em
depoimento a mesma versão, sugerindo ser agente especial do Vaticano
para investigação contra práticas de pedofilia patrocinadas por padres
na região. Uma vez apresentada sua documentação e ouvido pela autoridade
policial, ele foi liberado. As informações colhidas pela delegacia de
Jacobina foram imediatamente remetidas para a sede da Polícia Federal na
capital por tratar-se de estrangeiro com uso de passaporte. Entretanto,
contra o falso padre já existia outra denúncia na Secretaria de
Segurança Pública do Estado pelo mesmo motivo, motivando a justiça a
decretar sua deportação para Alemanha.
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