Foto: Política Portugal
O ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates permanecia preso
neste domingo (23), depois de ter sido interrogado por um juiz em uma
investigação sobre corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal.
Sócrates foi detido na noite de sexta-feira no aeroporto de Lisboa, ao
chegar de uma viagem a Paris. A procuradoria geral de Portugal disse
apenas que a audiência no tribunal e uma busca feita no apartamento de
Sócrates são parte de uma investigação sobre operações bancárias e
transferências de dinheiro suspeitas, mas não entrou em detalhes. O
advogado de Sócrates, João Araújo, recusou-se a responder a perguntas
sobre o caso. Sócrates, de 57 anos, foi primeiro-ministro de 2005 a 2011
pelo Partido Socialista. Durante seu governo a dívida de Portugal
disparou, o que obrigou a pedir ajuda financeira à União Europeia e ao
Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele renunciou na metade de seu
segundo mandato, depois de o Parlamento português rejeitar um programa
de austeridade elaborado para satisfazer às exigências da UE e do FMI;
isso abriu caminho para a eleição que seria vencida pela coalizão de
centro-direita que agora governa o país. Depois de renunciar, Sócrates
mudou-se para Paris, para estudar em uma universidade; no ano passado,
voltou a Portugal e tornou-se comentarista político em um programa da
televisão pública. A detenção de Sócrates aconteceu cinco dias depois de
o ministro do Interior, Miguel Macedo, renunciar ao cargo em seguida à
prisão de vários altos funcionários do governo, em meio a uma
investigação sobre lavagem de dinheiro e tráfico de influência. No
centro da investigação está o chamado programa de "vistos de ouro"; ele
permite que estrangeiros que comprem propriedades em Portugal no valor
mínimo de meio milhão de euros e as mantenham por pelo menos cinco anos
obtenham vistos permanentes de residência no país, com o direito de
viajar livremente pelos países europeus que fazem parte do Espaço de
Schengen.
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