Pesquisa "A aplicação de penas e medidas alternativas no Brasil",
divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Apliada), aponta que o rigor da Justiça Criminal com os negros
é maior que com os brancos, que têm mais direito a penas alternativas.
Segundo o levantamento, a diferença pode ser vista na definição do
trâmite dos processos. Enquanto 41,9% dos acusados em varas criminais
eram brancos, 57,6% eram negros. Já nos juizados especiais --que
analisam casos de menor potencial ofensivo--, a ordem é inversa, com
52,6% dos réus eram brancos e 46,2%, negros. A escolha da vara onde o
processo irá tramitar depende da pena pedida e é uma decisão do promotor
de Justiça, acolhida ou não pelo juiz responsável. Para os
pesquisadores, isso quer dizer que os negros podem ser condenados com
mais frequência a penas de restrição de liberdade. "Existe um maior
número de réus negros nas varas criminais, onde a prisão é a regra, e
maior quantidade de acusados brancos nos juizados, nos quais prevalece a
aplicação de alternativas penais", informou o estudo. Para o Ipea, os
dados chamam a atenção para "os processos de construção de desigualdades
e de reprodução de opressões nas instituições brasileiras, que conferem
a cor negra aos nossos cárceres". Outro ponto citado também mostra que
as pessoas pobres acabam sendo, também, mais vítimas das prisões
provisórias. O estudo apontou que, em alguns casos, as prisões
cautelares são "terapêuticas", ou seja, "uma oportunidade de
desintoxicação do réu, caso se perceba seu envolvimento com drogas".
Informações do Uol.
Brancos têm mais acesso a penas alternativas; negros vão mais para prisão
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Comentários