
Painel de propaganda da Coofsaúde, que seria uma cooperativa de trabalho, com sede em Feira de Santana, está no mesmo endereço que, na campanha de prefeito do ano passado, funcionou o escritório de marketing eleitoral do então candidato Rui Macedo
O prefeito Rui Macedo (PMDB) é mesmo muito controverso: não renovou o contrato com o Hospital Regional Vicentina Goulart, alegando economicidade e cuidado com os recursos do município, deixando de repassar cerca de R$ 350 mil mensais àquela casa de saúde, o que significou deixar 157 pais de família sem salário há cerca de cinco meses, mas, contrariando o discurso, fechou um contrato de R$ 12 milhões com a cooperativa Coofsaúde, de Feira de Santana, no valor global de R$ 12 milhões, isto é, R$ 1 milhão por mês.
Mas o que chama a atenção é a existência de um painel de propaganda com logomarca da cooperativa feirense, na fachada do primeiro andar de um prédio localizado na Avenida Orlando Oliveira Pires, por sinal, o mesmo endereço de onde funcionou, durante a campanha eleitoral do mesmo Rui Macedo, então candidato, o escritório de marketing que cuidava de sua propaganda rumo às urnas.
O painel sugere que a cooperativa funciona ali ou pelo menos que há algum vínculo da empresa com a assessoria do então candidato Rui Macedo, que até hoje não conseguiu justificar à população a existência de um contrato tão alto para o cofre destinado ao combalido sistema municipal de saúde que vai de mal a pior, cujos médicos a mais prometidos até hoje ninguém sabe, ninguém viu.
O que poderia passar desapercebido pode, de repente, ser encarado pelas autoridades competentes mais zelosas como uma espécie de toma-lá-dá-cá, ou uma "coincidência premeditada" com forte fedentina no ar.
Com tantas denúncias sendo levantadas contra sua gestão, é bem provável que o prefeito não venha nem a ser responsabilizado por mais uma virtual irregularidade, já que pode ter seu diploma de prefeito cassado pela Justiça Eleitoral a qualquer momento.
Uma coisa é certa: no governo do senhor Rui Macedo até o absoluto é relativo - e o que parece, é. Ou não.
CORINO ALVARENGA
Comentários